A Legenda Cinética como ferramenta de (re)criação de conteúdo e (re)construção de memória
DOI:
https://doi.org/10.15603/2176-0934/anuario.v27n27p136-141Palavras-chave:
Legenda Cinética, Escrita, Comunicação, Linguagem, Semiótica da CulturaResumo
No ano de 2018, o autor do presente artigo publicou o livro intitulado Legenda Cinética: tipografia em movimento e traduções narrativas. A obra, fruto da dissertação de mestrado do autor, teve como objeto de estudo, uma forma de aplicação da tipografia – e, por consequência, da escrita – em movimento, como tradução visual de um discurso sonoro, de maneira síncrona. Independente da área, da plataforma, da técnica ou da finalidade, aproveitando os avanços digitais tecnológicos, quando um som é traduzido visualmente, por meio de uma tipografia que se move e/ou se transforma, essa produção deve ser considerada Legenda Cinética.
Se trata de uma evolução da tipografia digital, que reflete uma aplicação atual de comunicação audiovisual, muito usada nos lyric videos, ou seja, quando as imagens de um videoclipe são compostas por composições tipográficas cinéticas, que acompanham o áudio de uma música (Petrini, 2018).
Contudo, o que descrevemos até aqui é uma breve definição da Legenda Cinética, enquanto forma de aplicação da escrita, empregada em diversas áreas do conhecimento, e um fenômeno que carrega características de produção massiva, fruto de uma automatização da produção, possibilitada pelo computador.
Essa forma de aplicação da escrita em contexto cinético, faz parte do corpus da proposta de pesquisa que este autor desenvolve em nível de doutorado, a aplicação do conceito de campo expandido em processos comunicacionais mediados pela escrita, sob orientação do Prof. Dr. Ivan Paganotti. O presente trabalho é realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.
A Legenda Cinética representa uma continuidade no processo de evolução da escrita, que comentamos há pouco. Uma forma de utilização da escrita que faz com que as pessoas tenham diferentes experiências com um processo comunicacional que tem a escrita como mediadora. Exemplo que permite que as pessoas transmitam e recebam mensagens de uma maneira mais lúdica, tendo como suporte, a tecnologia audiovisual. Em outras palavras, o processo comunicacional mediado pela escrita, pode ser parte de uma experiência ampliada, reforçando e justificando a proposta da escrita expandida.
Tendo esse cenário em mente, o presente artigo tem como objetivo estudar o potencial comunicacional da Legenda Cinética, visando ressaltar seu caráter versátil enquanto transmissora de informação. Para investigação e desenvolvimento, o presente artigo se caracteriza como uma pesquisa bibliográfica teórica e exploratória, fundamentada em um referencial teórico a partir dos estudos ligados ao dinamismo com que as linguagens se transformam e ao conceito de memória para a semiótica da cultura de Iúri Lótman e Borís Uspenskij. O estudo também se constitui por uma pesquisa qualitativa, por meio da coleta e da análise dos vídeos de Legenda Cinética publicados no canal Kinetic Typography, na plataforma Vimeo.
Como resultado deste mapeamento, pudemos definir que a Legenda Cinética é a categoria com mais vídeos postados no canal mencionado, em produções de diferentes segmentos, e que Legenda Cinética, quando analisada sob a luz de diferentes conceitos da semiótica da cultura, pode ser estudada como parte do desenvolvimento e da evolução da cultura escrita, que evolui de maneira dinâmica e se renova, enquanto criadora ou recriadora de conteúdo, construindo ou reconstruindo memórias. Uma linguagem que pode ser entendida pelo espectador com mais ou menos facilidade, de acordo com seu repertório e sua familiaridade com a produção original, com o idioma da produção, além da relação que a prática da Legenda Cinética tem com a tecnologia computacional atual.
Por fim, entendemos também que a Legenda Cinética, além de ser uma ferramenta de (re)criação também pode ser utilizada como ferramenta comunicacional, para mediar o entendimento de uma informação, uma vez que apresenta as linguagens oral e textual em uma mesma produção.
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