MÚLTIPLOS OLHARES PARA A INCLUSÃO

Vivências, teoria e prática em diferentes espaços sociais

Autores

  • João Paulo Navega Roque UMESP
  • Maria A Amin de Oliveira Universidade metodista de São Paulo
  • Rodrigo Vieira de Freitas Universidade Metodista de São Paulo
  • Walker Soares do Nascimento Universidade Metodista de São Paulo
  • Gustavo Costa Rodrigues Universidade Metodista de São Paulo
  • Heloisa Mara Santos Campos Universidade Metodista de São Paulo
  • Walker Soares do Nascimento Universidade Metodista de São Paulo
  • Anderson Junior da Silva Naressi Universidade Metodista de São Paulo
  • Andreza Cristina Both Casagrande Koga Universidade Metodista de São Paulo
  • Débora Alves Melo Universidade Metodista de São Paulo
  • Diego Jesus da Silva Nascimento Universidade Metodista de São Paulo
  • Emerson de Sousa Viana Universidade Metodista de São Paulo
  • Gabriel Campos Muniz Universidade Metodista de São Paulo
  • Iolanda Roman de Oliveira Ventura Universidade Metodista de São Paulo
  • Janaina Brito de Assis Freitas Universidade Metodista de São Paulo
  • Janilza Ramos Evangelista Universidade Metodista de São Paulo
  • Jéssica Nascimento Novais Universidade Metodista de São Paulo
  • Joelma Lima Lobo Universidade Metodista de São Paulo
  • José Roque Neto Universidade Metodista São Paulo
  • Levy Freitas de Lemos Universidade Metodista São Paulo
  • Louis Edoa - louisnelma40@gmail.com Universidade Metodista de São Paulo
  • Nathalia Caetano Tortola Universidade Metodista de São Paulo
  • Ozana Vera Leal Universidade Metodista de São Paulo
  • Paula Ferreira de Araújo Carvalho Universidade Metodista de São Paulo
  • Pâmela de Oliveira Pena Rebollo Universidade Metodista de São Paulo
  • Wagner Amim Universidade Metodista de São Paulo
  • Josiane de Jesus Pedro Teixeira Universidade Metodista de São Paulo
  • Heloisa Mara Santos Campos

DOI:

https://doi.org/10.15603/ina.vol.1.2059

Palavras-chave:

acessibilidade e inclusão, stricto senso e acessibilidade, ambiente religioso e acessibilidade, ensino superior e acessibilidade

Resumo

A acessibilidade, como dimensão transversal dos direitos humanos, demanda ações que ultrapassem o cumprimento formal de normas, alcançando mudanças culturais e organizacionais que garantam participação, pertencimento e permanência de pessoas com deficiência e pessoas com transtornos (sejam eles mentais, de personalidade ou do neurodesenvolvimento). Apesar de, dentro dos textos legais, o amparo da acessibilidade se limitar a pessoa com deficiência, o que se percebe é que o processo de acessibilidade abrange grupos para além das deficiência. Este trabalho busca integrar evidências sobre: (i) acessibilidade organizacional e inclusão laboral; (ii) acessibilidade no ensino superior stricto sensu e (iii) acessibilidade religiosa. Estudos brasileiros indicam que, apesar da existência da legislação de cotas (vagas para pessoas com deficiência), persistem barreiras estruturais e atitudinais significativas. O preconceito, a falta de acessibilidade, o despreparo das empresas e a baixa qualificação educacional, oriunda de trajetórias escolares excludentes, são frequentemente mencionados (Pereira-Silva; Furtado, 2013; Neves-Silva et al., 2015; Santos; Nogueira, 2022). Salienta-se que esses fatores reduzem tanto as oportunidades de contratação quanto as possibilidades de progressão profissional, com implicações até em penalidades salariais. A pessoa com deficiência é colocada no ambiente laboral apenas para o cumprimento de um texto legal e não é vista como o profissional que é, sendo, na maioria das vezes, vítima do capacitismo. Como alternativas, estudos sugerem a adoção de adaptações no ambiente e nas tarefas, investimento em acessibilidade física e digital, programas de formação e sensibilização para gestores, bem como mecanismos de monitoramento e avaliação do clima organizacional. Apresenta-se aqui, casos que demonstram as dificuldades apontadas nos estudos e estratégias utilizadas no processo para a verdadeira inclusão destes indivíduos dentro do ambiente de trabalho. No que se refere à acessibilidade no ensino superior, há avanço no acesso, mas a permanência e a integração acadêmico-social seguem desafiadoras quando as instituições se limitam a “acomodações” e não transformam clima institucional e práticas pedagógicas. Para além das questões de barreiras físicas, o que se pretende mostrar na pesquisa, são as barreiras atitudinais frente a presença de alunos dentro do ambiente universitário, que conseguiram galgar uma vaga no stricto sensu. As barreiras se apresentam na tentativa de normatização destes sujeitos, deixando de lado suas singularidades. A visão capacitista também impera neste ambiente. A literatura internacional destaca a necessidade de ir “além da conformidade legal”, criando ambientes verdadeiramente inclusivos e acessíveis, principalmente para estudantes com deficiências “invisíveis” (p. ex., TEA, TDAH), frequentes na pós-graduação. As pesquisas, na atualidade, indicam que programas de formação docente baseados no Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA) (Prais, 2020/2017; Borges; Schmidt, 2021) contribuem para a prática docente em contextos de ensino superior stricto sensu, sobretudo ao trabalharem com pessoas autistas. Tais atitudes promovem ganho em conhecimento pedagógico e conforto institucional, além de favorecer o planejamento de estratégias diferenciadas, como múltiplas formas de engajamento, sinalização clara de expectativas e gestão sensorial (Prais, 2020; Borges; Schmidt, 2021). No ambiente religioso, o processo de inclusão e a garantia da acessibilidade, se mostram, ainda incipientes. O ambiente religioso, em muitas realidades, apresenta barreiras atitudinais no processo de inclusão e na garantia da acessibilidade. Principalmente no que tange a acessibilidade das deficiências invisíveis. Estudos históricos sobre a surdez, por exemplo, apontam vínculos antigos entre a igreja e a escolarização de pessoas surdas, “por séculos, os surdos usufruíram especialmente da interpretação em igrejas, muito tempo antes da criação de entidades representativas desta comunidade” (Albres; Jung, 2023; Carneiro, 2017). Contudo, estudos contemporâneos como o de Silva (2024) alertam que a inclusão não efetiva somente com comunicação acessível, que inclui a presença intérpretes de Libras, legendagem de liturgias e materiais visuais, além disso, é preciso garantir participação ativa dos surdos nos ritos, no ensino religioso e nas atividades ministeriais. Pesquisas recentes (Freitas; Freitas, 2024) evidenciam que a inclusão de pessoas autistas no ambiente religioso ainda enfrenta entraves relacionados à normatização de comportamentos e à expectativa de participação segundo padrões neurotípicos. Muitas igrejas mantêm práticas centradas na ideia de “cura” ou de adequação da pessoa autista, o que pode gerar exclusão e sofrimento (Freitas; Freitas, 2024). Por outro lado, abordagens fundamentadas no paradigma da neurodiversidade propõem que a espiritualidade autista seja reconhecida como legítima, valorizando formas próprias de presença, comunicação e ritualidade, como o silêncio, a literalidade e a repetição ritualística (Walker, 2021; McRuer, 2006). A metodologia dos textos produzidos é variável entre relatos de experiência, estudos de caso e pesquisa narrativa (Clandinin; Connelly, 2015). Os resultados encontrados demonstram que, há práticas de acessibilidade capazes de vencer o pensamento capacitista e as barreiras atitudinais. Os relatos de experiência, estudos de caso e narrativas apresentadas trazem experiências positivas do processo de acessibilidade.

Biografia do Autor

Maria A Amin de Oliveira , Universidade metodista de São Paulo

Médica, Pediatra, Neurolo- gista  Pediátrica,  Mestran- da em Educação pela UMESP

Rodrigo Vieira de Freitas, Universidade Metodista de São Paulo

Mestrando em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Graduado em Psicologia, Pedagogia e Teologia. Pessoa autista, atua como pesquisador em neurodiversidade, capacitismo e teorias críticas da deficiência, além de ser membro fundador do Coletivo Autista da UMESP.

Gustavo Costa Rodrigues , Universidade Metodista de São Paulo

Mestrando em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Graduado em Comunicação e especialista em práticas midiáticas. Desenvolve pesquisas sobre processos comunicacionais, cultura digital e mediações contemporâneas.

Anderson Junior da Silva Naressi , Universidade Metodista de São Paulo

Mestrando em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Graduado em Teologia pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNOPAR). Atua na interface entre religião, sociedade e espiritualidade, com interesse em estudos contemporâneos da fé e suas expressões culturais.

Andreza Cristina Both Casagrande Koga, Universidade Metodista de São Paulo

Doutoranda em Psicologia da Saúde pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Mestra em Gestão e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Taubaté (UNITAU) e graduada em Psicologia pela mesma instituição. Atua como professora e diretora do Departamento de Psicologia da UNITAU, com experiência em Psicologia Organizacional, Desenvolvimento de Lideranças e Avaliação de Habilidades Sociais no Trabalho.

Débora Alves Melo , Universidade Metodista de São Paulo

Mestranda em Educação pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Graduada em Ciências pela Faculdade de Educação e Cultura do ABC e em Direito pela Universidade Bandeirante de São Paulo (UNIBAN). Atua como advogada e proprietária da Alves Melo Advocacia, com experiência na área jurídica e interesse em temas relacionados à educação e cidadania.

Diego Jesus da Silva Nascimento , Universidade Metodista de São Paulo

Mestrando em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Graduado em Teologia pela UMESP e em Radiologia Médica pela Universidade Nove de Julho (UNINOVE). Atua na área de suporte técnico e treinamento de sistemas corporativos, com experiência docente no ensino superior e interesse em religião, tecnologia e educação.

Emerson de Sousa Viana, Universidade Metodista de São Paulo

Mestrando em Psicologia pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Graduado em Psicologia pela mesma instituição. É proprietário da Clínica Viva Psicologia e atua em saúde mental, com foco em Síndrome de Burnout, emoções em contextos acadêmicos e processos de personalidade e temperamento.

Gabriel Campos Muniz , Universidade Metodista de São Paulo

Mestrando em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Graduado em Teologia pela UMESP e em Logística pela Faculdade de São Bernardo de Tecnologia. Atua na liderança nacional de discipulado jovem na Igreja Pentecostal Deus é Amor e desenvolve pesquisas nas áreas de Discipulado, Eclesiologia e Pentecostalismos.

Iolanda Roman de Oliveira Ventura , Universidade Metodista de São Paulo

Mestranda em Educação pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Graduada em Pedagogia pelo Centro Universitário Fundação Santo André (CUFSA). Atua na rede municipal de Santo André desde 2009, com experiência em alfabetização e didática docente. Desenvolve pesquisas sobre práticas pedagógicas inovadoras e formação docente voltadas à educação pública e humanizada.

Janaina Brito de Assis Freitas, Universidade Metodista de São Paulo

Doutoranda em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP), com bolsa CAPES. Mestra e graduada em Teologia pela mesma instituição. Atua na linha de pesquisa “Religião e Dinâmicas Socioculturais”, com ênfase em Teologia Pastoral e Social. Dedica-se ao estudo das violências contra meninas e mulheres em contextos religiosos, articulando espiritualidade, gênero, hermenêutica feminista e decolonialidade.

Janilza Ramos Evangelista, Universidade Metodista de São Paulo

Graduada em Pedagogia e Artes Visuais, com pós-graduação em Psicopedagogia, Educação Infantil e Educação Especial. Atua como professora na Educação Infantil e no Ensino Fundamental, com experiência em práticas pedagógicas inclusivas e processos de aprendizagem voltados à diversidade escolar.

Jéssica Nascimento Novais , Universidade Metodista de São Paulo

Graduada em Direito pelas Faculdades Integradas Brasil Amazônia (FIBRA). Desenvolveu pesquisa sobre proteção jurídica e vulnerabilidade digital, com foco na pornografia de vingança e segurança informacional. Atuou no Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região e em escritórios de advocacia, com experiência em direito trabalhista e ética digital.

Joelma Lima Lobo, Universidade Metodista de São Paulo

Licenciada em Pedagogia, com especializações em Educação Infantil e em Alfabetização e Letramento. Atua na gestão escolar da rede municipal de Santo André, onde exerceu cargos de vice-diretora e diretora de unidade. Suas áreas de interesse incluem alfabetização, letramento e gestão democrática na educação pública.

José Roque Neto, Universidade Metodista São Paulo

Mestrando em Educação pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Graduado em Gestão de Pessoas e com formações complementares em Educação, Marketing e Tecnologia da Informação. Atua há quase três décadas no SENAI e SENAC com foco em inclusão, metodologias ativas e formação profissional de jovens e adultos.

Levy Freitas de Lemos , Universidade Metodista São Paulo

Doutorando em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP), com período sanduíche na Universidade Católica Portuguesa. Mestre em Gestão e Estratégia pela UFRRJ e licenciado em Pedagogia e Letras. Servidor público federal no IFRJ, atua na formação docente e em pesquisas sobre ensino religioso, espiritualidade e saúde mental de líderes religiosos.

Louis Edoa - louisnelma40@gmail.com, Universidade Metodista de São Paulo

Doutorando em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP), com período sanduíche na Sorbonne, França. Mestre na mesma área pela UMESP. Atua como professor e jornalista, com ênfase em estudos sobre diversidade, equidade, inclusão e pertencimento (DEIB) e em consultoria em comunicação organizacional.

Nathalia Caetano Tortola , Universidade Metodista de São Paulo

Mestranda em Psicologia da Saúde pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Graduada em Psicologia pela mesma instituição e pós-graduada em diversas áreas da Psicologia e Gestão. Atua em Psicologia Organizacional e Terapia Cognitivo-Comportamental, com ênfase em comportamento humano e desenvolvimento de competências socioemocionais.

Ozana Vera Leal , Universidade Metodista de São Paulo

Mestranda em Educação pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pós-graduada em Educação Inclusiva e Neuropsicopedagogia. Atua como coordenadora pedagógica na Clínica Vias do Saber e sócia-diretora da Navega & Leal Consultoria Pedagógica.

Paula Ferreira de Araújo Carvalho , Universidade Metodista de São Paulo

Doutoranda em Psicologia da Saúde pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP), em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA). Mestra em Desenvolvimento Sustentável e Qualidade de Vida pela UNIFAE e graduada em Enfermagem, Biologia e Ciências. Atua como docente e pesquisadora nas áreas de saúde da mulher, interseccionalidade e psicologia positiva.

Pâmela de Oliveira Pena Rebollo, Universidade Metodista de São Paulo

Licenciada em Pedagogia e Letras (Português e Libras). Especialista em Educação Inclusiva, Metodologias do Ensino de Artes e Neuropsicopedagogia. Atua como gestora escolar na Prefeitura de Santo André, com experiência em alfabetização, educação especial e práticas pedagógicas voltadas à inclusão e à formação docente.

Wagner Amim , Universidade Metodista de São Paulo

Mestrando em Psicologia da Saúde pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Graduado em Ciências Contábeis pela Fundação Universidade de Itaúna (2003) e pós-graduado em Psicologia Positiva pela UniBF (2022). Possui certificações internacionais em Programação Neurolinguística, Coaching e Análise Comportamental, com formação reconhecida pela Global Coaching Community e pela Federação Brasileira de Coaching.

Arquivos adicionais

Publicado

20-10-2025

Como Citar

Navega Roque, J. P., Amin de Oliveira , M. A., Vieira de Freitas, R., Soares do Nascimento , W., Costa Rodrigues , G., Mara Santos Campos, H., … Santos Campos, H. M. (2025). MÚLTIPLOS OLHARES PARA A INCLUSÃO: Vivências, teoria e prática em diferentes espaços sociais. InterAção , 1. https://doi.org/10.15603/ina.vol.1.2059

Edição

Seção

Livros e E-books