ACOLHE DISCENTE
CARTILHA INTERPROGRAMAS DA UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO
DOI:
https://doi.org/10.15603/ina.vol.1.2122Palavras-chave:
Pós-Graduação, Stricto Sensu, Pertencimento, Evasão UniversitáriaResumo
O ingresso em programas de pós-graduação Stricto Sensu, em geral, representa um momento de transição acadêmica e pessoal significativo para os discentes. Diante das exigências institucionais, cognitivas e afetivas, muitos estudantes enfrentam dificuldades de adaptação temporal, organizacional, no estabelecimento de prioridades e no equilíbrio das diversas atividades que geralmente desempenha. Essas dificuldades podem comprometer o desempenho e a permanência do discente programa. A evasão de programas de pós-graduação é um prejuízo grande para os discentes e para os próprios programas de pós-graduação, principalmente se o aluno evadido for um bolsista. Os desafios de adaptação temporal, organizacional e emocional, somados à ausência de políticas de permanência voltadas a esse nível de ensino, intensificam a vulnerabilidade dos discentes frente à evasão. Nesse sentido, as dificuldades não se relacionam exclusivamente às aptidões individuais dos estudantes, mas refletem também as exigências impostas pelos próprios programas, que frequentemente adotam critérios meritocráticos e deixam de contemplar as especificidades e limitações individuais e contextuais vividas pelos pós-graduandos. A literatura recente tem enfatizado a necessidade de estratégias institucionais de acolhimento, que favoreçam saúde mental, pertencimento e integração, funcionando como recursos de enfrentamento às pressões acadêmicas e sociais. Embora reconhecida a importância da pós-graduação para a produção científica e formação acadêmica, nota-se a ausência de políticas sistemáticas e acessíveis de acolhimento aos ingressantes. Essa lacuna gera desinformação, sensação de isolamento e dificuldades em lidar com as pressões institucionais. O objetivo geral deste projeto é desenvolver uma cartilha digital de acolhimento para novos ingressantes nos programas de pós-graduação stricto sensu de uma instituição particular, promovendo a integração interprogramas e articulando teorias e práticas que favoreçam saúde mental, pertencimento e produtividade científica. Especificamente, busca-se: mapear as demandas e desafios vivenciados por discentes ingressantes e veteranos; estruturar conteúdo a partir das contribuições teóricas de cada programa; produzir um material acessível e interdisciplinar; e promover espaços de diálogo e coprodução entre programas. A metodologia do projeto fundamenta-se em uma organização colaborativa, estruturada em comissões temáticas interdisciplinares. As subcomissões foram organizadas nas áreas de: Saúde Mental e Bem-Estar, Orientação Acadêmica, Comunicação e Convivência e Equidade e Espiritualidade. As equipes se reuniram semanalmente para levantar dados, elaborar conteúdos e validar informações, enquanto representantes participaram de reuniões quinzenais na Comissão Geral, assegurando integração entre as frentes de trabalho. O processo metodológico envolveu: levantamento de demandas de ingressantes e veteranos por meio de rodas de escuta e formulários; análise de documentos institucionais já existentes; discussão interdisciplinar dos conteúdos a serem abordados; redação colaborativa da cartilha; e design e formatação digital, em versão acessível. O projeto resultou na criação da cartilha digital “Acolhe Discente”, disponibilizada em formato acessível e gratuito. O material reuniu seções sobre boas-vindas institucionais, orientações acadêmicas, saúde mental e bem-estar, comunicação e convivência, equidade e espiritualidade, além de dicas práticas de organização. Entre os impactos observados, destacam-se: maior integração entre discentes de diferentes programas; redução de dúvidas e desinformações no ingresso; fortalecimento do suporte institucional e psicossocial; e reconhecimento da cartilha como documento replicável em outras instituições. A iniciativa foi avaliada positivamente por ingressantes e docentes, contribuindo para a diminuição de sentimentos de isolamento e para o fortalecimento do pertencimento acadêmico. A experiência de construção da cartilha “Acolhe Discente” demonstrou que iniciativas de acolhimento sistematizado favorecem não apenas a adaptação acadêmica, mas também a saúde mental e a permanência estudantil. Ao reunir diferentes áreas do conhecimento em um esforço colaborativo, o projeto fortaleceu o diálogo interdisciplinar, a construção de redes de apoio e a produção de um material inovador e prático para a comunidade acadêmica. O impacto do projeto se estende além do período de sua execução, consolidando-se como ação institucional de referência e passível de replicação em outras instituições de ensino superior. Dessa forma, evidencia-se que práticas de acolhimento não apenas previnem evasão, mas também potencializam a experiência acadêmica, contribuindo para a formação integral de pesquisadores e profissionais.
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