Análise do discurso de trabalhadores afastados por doença incapacitante: neocapitalismo, adoecimento e a construção da identidade
DOI:
https://doi.org/10.15603/2176-0969/pi.v24n24p145-168Palavras-chave:
Trabalho. Discurso. Identidade. Incapacidade. Neocapitalismo.Resumo
Neste artigo buscou-se analisar como o discurso sobre a incapacidade é construído ideologicamente, através da interpelação do trabalhador pela lógica de mercado (neocapitalismo). Tem-se como bases metodológicas a Análise do Discurso Francesa (AD) que procura, por meio da materialidade linguística, chegar ao sentido ideológico e inconsciente do discurso. A AD julga a linguagem não transparente, buscando sempre um sentido por trás daquilo que é dito e do não-dito. Realizou-se a análise de fragmentos de relatos de trabalhadores acometidos por doenças relacionadas ao trabalho contidos nos documentários “Carne e Osso” e “Aspectos Psicossociais no Trabalho: impactos na saúde do trabalhador”. Foi possível identificar as consequências do funcionamento neocapitalista e da lógica gerencialista sobre a identidade dos trabalhadores afastados, visto que nesse sistema a prioridade por produtividade/lucro acaba desconsiderando o sujeito/trabalhador e o trabalho enquanto construtor de identidades. Esse artigo alude à competição existente no meio organizacional através do discurso de excelência e falha zero que geram pressão no trabalho e descartabilidade daqueles que não conseguem atingir às exigências da empresa, bem como adoecimentos relacionados à sobrecarga do trabalho, não reconhecimento do trabalhador e negligência frente ao adoecimento do sujeito que impactam no sofrimento, identidade e subjetividade dos trabalhadores.
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