A opção pelos pobres após o neoliberalismo uma reflexão a partir de Franz Hinkelammert
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Resumo
A opção pelos pobres, uma das características teológicas diferenciadores e dos princípios epistemológicos da Teologia da Libertação, é uma afirmação ético-teológica, mas não é direcionadora de políticas sociais ou econômicas concretas. Nas décadas de 1970 e 80, a Teologia da Libertação Latino-Americana concretizou essa opção ético-teológica pelos pobres com a opção histórica pelo socialismo, com a elaboração de uma noção de libertação entendida como uma “revolução” contra o modelo capitalista dependente e autoritário. Com o esgotamento e a dissolução do bloco comunista, a hegemonia do neoliberalismo e o reconhecimento teórico de que é impossível organizar economia em um mundo global sem a presença do mercado, alguns teólogos, como Franz Hinkelammert, elaboraram uma crítica à idolatria do mercado, mas abandonou a tese de socialismo como uma economia sem mercado. A partir disso, Hinkelammert passou a colocar os direitos humanos, em especial os direitos sociais dos pobres, como um critério ético-teológico-político para criticar o sistema capitalista e elaborar políticas alternativas. Nesse sentido, este artigo quer mostrar como, no pensamento de Hinkelammert, a opção pelos pobres e os direitos humanos são duas faces ou dois momentos dialéticos de uma luta pela defesa do direito de viver dos pobres.
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