“As mulheres” nos documentos do Papa João Paulo II: um modelo assimétrico ainda não superado
DOI:
https://doi.org/10.15603/2176-0985/mandragora.v25n1p73-95Resumo
O presente artigo tem como objetivo apresentar a análise bibliográfica dos documentos pontifícios do Papa João Paulo II que tratam do modelo de mulher, na visão da Igreja Católica Apostólica Romana. Na perspectiva de gênero, é possível observar a representação social das mulheres desenvolvida pela hierárquica católica, cujo corpo eclesiástico é totalmente masculino, logo, o patriarcado se faz presente na manutenção do poder e na elaboração normativa. Para tanto, os documentos pontifícios analisados foram: a Exortação Apostólica Familiares Consortio, de 1981; a Carta Encíclica Redemptoris Mater, de 1987; a Carta Apostólica Mulieris Dignitatem, datada de 1988; a Carta Apostólica Ordinatio Sacerdotalis, de 1994; a Carta Às Famílias, do ano de 1994; a Carta Às Mulheres, de 1995 e, por último, a Carta aos bispos da Igreja Católica sobre a Colaboração do homem e da mulher na Igreja e no mundo, do ano de 2004. Conforme estes documentos, há um único modelo de mulher a ser seguido por todas as mulheres, uma vez que, Maria é a representação única do feminino, segundo João Paulo II. Sendo assim, vocação e dignidade mariana deve ser imitada por todas as mulheres. De acordo com o processo de análise destes documentos, palavras-chave foram se aglutinando, o que originou um ranking delas, sugerindo normas e condutas cristãs às mulheres, revelando os processos de linguagem e de materiais simbólicos, utilizados nas práticas religiosas. Ademais, na visão da Igreja Católica, as mulheres devem seguir esse modelo para assim manter a feminilidade, a ordem familiar e, principalmente, a ordem religiosa e social.
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