A pandemia de vírus do machismo

Autores

  • Nilza Menezes
  • Naira Pinheiro dos Santos

DOI:

https://doi.org/10.15603/ma2825-32

Resumo

Este artigo parte da observação de memes de cunho machista que circularam nas redes sociais, em especial no WhatsApp, tendo por pretexto os constrangimentos impostos pela quarentena decretada durante a pandemia provocada pelo vírus Covid 19. Esses reproduziram representações e violências de gênero em forma de “humor”. Analisamos, em perspectiva de gênero, as ideias veiculadas nas mensagens selecionadas, os assim chamados memes, perguntando-nos se há e qual seria a sua relação com religião. Verificou--se que a articulação entre neoliberalismo, conservadorismo político e religioso observado nos últimos anos no contexto brasileiro, concorreu para a reprodução e reforço de ideias de caráter misógino, sexista e racista/xenófobo, a fim de garantir a “imunidade” da família tradicional e a manutenção da divisão sexual do trabalho. Conclui-se que, ao disseminar tais paradigmas, o conteúdo dos memes selecionados reproduz as violências de gênero que perpassam a construção da família preconizada por grupos religiosos conservadores.

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Publicado

2024-06-18

Como Citar

Menezes, N., & Pinheiro dos Santos, N. (2024). A pandemia de vírus do machismo. Mandrágora, 28(2), 5–32. https://doi.org/10.15603/ma2825-32

Edição

Seção

Dossiê: Relações de religião e gênero no contexto da pandemia: desafios e sensibilidades de uma conjuntura complexa