Relações de gênero e o casamento católico: modulações institucionais durante o pontificado de Pio XII (1939-1943)
DOI:
https://doi.org/10.15603/ma291103-132Resumo
Este artigo apresenta uma análise das construções que a alta hierarquia da Igreja Católica produzia sobre o ideal de casamento católico no período de 1939 a 1943, sob o Pontificado de Pio XII. Seu objetivo consiste em analisar os posicionamentos da Igreja Católica sobre o relacionamento conjugal entre homens e mulheres e, sobretudo, identificar quais modulações de comportamento faziam por meio do jogo de linguagem institucional com os fiéis. Para alcançar os resultados aos quais nos propusemos, foram analisados documentos oriundos da Igreja Católica, disponíveis na base da biblioteca on-line do Vaticano. As modalidades de documentos selecionados como fontes para este estudo foram: Audiências Gerais; Cartas Encíclicas; e Discursos e Bíblia Pastoral. Baseamo-nos também na interlocução com a teologia feminista, a história de gênero, a história das mulheres e a história da Igreja Católica. Como resultados, ressaltamos as mudanças sutis no jogo de linguagem institucional da Igreja Católica com redefinições dos papéis de gênero, a fim de atender a necessidade dos casais católicos no período, sobretudo, por ocasião da mobilização das mulheres em diferentes países, reivindicando equidade social e cultural. A alta hierarquia da Igreja posicionou-se para manter os fiéis sob sua direção, portanto. Apesar de fazer concessões discretas, introduzindo temáticas como cooperação conjugal e atuação masculina nas atividades domésticas, a hierarquização mantinha-se designada ao homem. Embora as mulheres encontrassem incentivo maior nesse período para transcenderem do ambiente doméstico à cena pública, ainda enfrentavam muitas restrições e regulações da Igreja para que isso ocorresse.
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