Imigrantes brasileiros de baixa qualificação em Massachusetts: redenção social nos EUA?
Resumo
Este artigo analisa a percepção de imigrantes brasileiros pouco qualificados sobre sua experiência de trabalho nos EUA. Os dados foram colhidos no consulado brasileiro em Boston e na ilha de Martha's Vineyard. A pesquisa combinou abordagem qualitativa com estatística descritiva. Foram realizadas 28 entrevistas semiestruturadas, aplicados 160 questionários fechados e realizada observação. Num segundo momento, a pesquisa seguiu através de redes sociais de imigrantes. A pesquisa mostrou que maioria deles são indocumentados, tem até o segundo grau, trabalha muitas horas por dia, tem um dia de descanso semanal e não tira férias. Trabalham na faxina, como baby sitter, na construção civil, limpando neve, na jardinagem. A remuneração dá a eles um poder de compra e de poupança inimagináveis para situação análoga no Brasil. Queixam-se da carga de trabalho, mas sentem-se incluídos na sociedade via consumo e mais respeitados do que no Brasil. Este estudo traz quatro contribuições à literatura: os imigrantes brasileiros nos EUA já não querem mais voltar para o Brasil; o poder de compra e de poupança do imigrante no país de destino é importante na análise; o poder regulador do Estado não só no nível nacional é importante na análise; embora seja um grupo significativo, os imigrantes brasileiros recebem pouca atenção tanto da literatura dos EUA e do Brasil.
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