A supremacia do orgânico sobre outros modos de compreender a aprendizagem escolar
DOI:
https://doi.org/10.15603/1679-8104/ce.v21n43p19-37Resumo
O objetivo desse artigo é abordar alguns conceitos que visam explicar como o cérebro funciona e aprende, em seu contexto puramente biológico, fazendo uma crítica ao processo de desenvolvimento baseado somente nos aspectos biológicos em detrimentos dos aspectos sociais, fortalecendo cada vez mais a ideia de que os ditos “problemas de aprendizagem” sejam entendidos como “problemas do cérebro”. (CALIMAN, 2012), gerando assim o fenômeno da medicalização. Pretendo problematizar as teorias de base organicistas, com base na psicologia Histórico-Cultural de Vygotsky. Utilizaremos os autores: Caliman (2006, 2012, 2014, 2017); Richter (2012); Hartt (2008); Cosenza; Guerra (2011); Kandel (2021); Rotta (2016); Figueira (2014); Collares (2010); Guarido (2010); Vygotsky (1989, 1991, 2017); Collares e Moysés (1996, 1997, 2013); Moysés e Lima (1982); Illich (1975); Gaudenzi e Ortega (2012). Partindo de uma geração que exalta o cérebro biológico, como sendo o cérebro que aprende. Podemos observar que os diagnósticos de transtornos de aprendizagem são associados a uma perspectiva que desconsidera o fato de que a vida escolar é constituída por uma multiplicidade de fatores afetivos, coletivos e sociais, transferindo assim a questão para o indivíduo e patologizando-o. A demanda social vem exigindo cada vez mais dos futuros cidadãos aptidões voltadas a produtividade e funcionalidade, sendo assim, a escola torna-se alvo, pois é nela onde essas habilidades são desenvolvidas, e para aqueles que fogem a esse padrão estabelecido socialmente, restaria o recurso do diagnóstico e dele geraria a medicalização.
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