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A intenção desse texto é refletir sobre o momento de efervescência cultural e abertura política que teve lugar no país na virada 1970/1980. Ele é visto a partir da cidade de São Paulo e numa perspectiva que busca privilegiar o papel das emissoras de rádio nas estratégias de atuação de produtores independentes, especialmente daqueles vinculados às áreas de música popular e teatro. O trabalho se baseou principalmente em entrevistas com realizadores do período, pesquisa bibliográfica e consulta a acervos físicos e digitais. Sua conclusão é a de que, apesar dos avanços obtidos no período, o espaço de autonomia e experimentação desses agentes teve claras limitações nos anos subsequentes, especialmente num cenário de forte concentração econômica como o do rádio.