Estratégias de contrapublicidade infantil por marcas: atos de comunicação da Mercur vinculados a valores socioeducacionais
DOI:
https://doi.org/10.15603/2176-0985/cs.v44n3p165-196Resumo
Neste artigo observamos um fenômeno contemporâneo do discurso publicitário que dialoga com a infância: aquilo que aqui intitulamos de “estratégias de contrapublicidade infantil”. Um fenômeno que atesta sobre a tendência das empresas a vincularem conteúdos sociais (como aqueles conectados ao exercício de uma cidadania plena e ao usufruto de direitos) aos de publicização de suas marcas, com vistas à manutenção de vínculos junto ao público infantil, em um contexto em que o mesmo se anuncia como legalmente protegido. Para problematizar essa tendência, analisamos, sob a ótica da pesquisa descritiva com abordagem qualitativa, atos comunicacionais da marca Mercur a partir da divulgação da sua nova forma de se relacionar com tal segmento social. Ancorado nas perspectivas teóricas da Cultura do Consumo (COOK, 2004; NÓS ALDAS, 2007; FONTENELLE, 2017), dos Estudos Críticos da Publicidade (CASAQUI, 2011; BURROWES; MACHADO; RETT, 2017) e da Educomunicação (CITELLI; LOPES, 2019), o trabalho evidenciou como o mercado publicitário tem contornado as articulações sociais de resistência à “publicidade infantil”, anunciando-se como um agente relevante à formação das crianças, o que, por sua vez, exige um olhar mais aguçado da sociedade para que sejam desnudados os interesses e relações de poder que estão em jogo na tríade educação-publicidade-infância.
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