A instrumentalização de gênero e religião nas eleições brasileiras de 2022: O(s) voto(s) das mulheres evangélicas
DOI:
https://doi.org/10.15603/er373113-131Resumo
Nos últimos anos vimos crescer a disputa pelo voto evangélico na política brasileira. Se é verdade que, no Brasil, há mais pessoas que se afirmam católicas do que aquelas que se afirmam evangélicas, o fato é que as pessoas que se declaram evangélicas tendem a destacar com mais força a sua identidade religiosa e, portanto, acionar essa identidade é uma importante estratégia política. A associação quase que natural entre evangélicos e conservadorismo, foi assumida tanto pela direita como uma qualidade, quanto pela esquerda como uma acusação, e isso tem impedido a percepção da complexidade que envolve o universo religioso e a forma como as “religiosas” negociam com a política. O contingente evangélico brasileiro é formado majoritariamente por mulheres, e mulheres eleitoras. Isso não foi ignorado pelas campanhas das diferentes candidatas e candidatos ao executivo e ao legislativo do país. O eleitorado feminino evangélico é estratégico e foi “objeto de desejo” de todos os candidatos e candidatas no último processo eleitoral. O presente artigo reflete sobre os posicionamentos de mulheres evangélicas acerca de temas acionados na campanha eleitoral de 2022. Concluiu-se que as mulheres tendem a avaliar mais em quem votar, pois suas preocupações envolvem desde gastos com alimentação, saúde e segurança, até o medo de destruição da “família”.
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