Nem criptoteologia nem reducionismo sociológico: contribuições para o debate epistemológico das Ciências da Religião no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.15603/2176-0985/er.v35n2p359-381Resumo
Construiu-se ao longo das últimas décadas um conflito teórico-político interno às Ciências da Religião no Brasil. De um lado, estão as abordagens próximas à filosofia, à teologia e à fenomenologia, onde autores como Otto, Tillich e Eliade são referências. De outro, as abordagens em perspectiva social científica, quando autores como Durkheim, Weber e Bourdieu constituem o parâmetro. Esta polarização, ao passo que, acirra os ânimos, ao mesmo tempo constiui um panorama pouco auspicioso para a consolidação da área. Fluem, de ambos os lados, acusações de “criptoteologia” e de “reducionismo sociológico”. A tendência é a de um encastelamento disciplinar e ideológico que não possibilita nem horizontes dialogais e nem a construção identitária das Ciências da Religião no contexto das demais humanidades. Uma possibilidade de superação de tal polarização consiste no entendimento da disciplina como composta por dois momentos complementares, um sistemático e outro histórico. Trata-se de uma compreensão que surge nos inícios da Ciência da Religião europeia e que pode lançar luzes no atual debate brasileiro. Sustentando tal concepção, uma atitude empática ante o fenômeno religioso continua sendo necessária por parte dos pesquisadores.
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