Paulo e a forma do discurso farisaico

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SIlvio Gomes

Resumo

As informações sobre a seita farisaica estão presente nos evangelhos e na Mishiná e no Talmude. Essas fontes, porém, não podem ser confiáveis para uma reconstrução histórica da seita. Os evangelhos estão em disputa, em momentos de tensão e reproduzem o farisaísmo como se fossem um grupo uníssono, hipócrita e representava o mau judeu. Não são confiáveis como o Talmude não o é para falar sobre Jesus, historicamente. Por outro lado, nem ele e nem a Mishiná podem ensinar sobre o farisaísmo de forma segura, posto que algumas mudanças ocorreram em resposta ao cristianismo e mesmo em resposta às mudanças do próprio judaísmo rabínico, filho do farisaísmo, depois do II século, data da escrita da Mishiná. Paulo, portanto, confiados na informação dele mesmo, foi um fariseu, e pode ser o elo que faltava para a reconstrução do que seria um fariseu antes de 70. A análise do discurso pode ajudar a identificar as “coincidências” dos discursos paulinos e do Talmude que podem apontar para a preservação, ainda que disforme, do discurso farisaico original.

Detalhes do artigo

Como Citar
Gomes, S. (2024). Paulo e a forma do discurso farisaico. Estudos De Religião, 38(1), 61–85. https://doi.org/10.15603/2176-1078/er.v38n1p61-85
Seção
Dossiê: O discurso religioso: sentidos, práticas e dissensos
Biografia do Autor

SIlvio Gomes, UMESP

Doutor em Ciências da Religião (UMESP), Mestre em Ciências da Religião (FUV).