Aids e religião na Pós-Modernidade
Abstract
Trinta anos atrás, quando o HIV/AIDS golpeou com vingança,
alguns grupos religiosos diferenciaram-se ao oferecerem uma face
pastoral e profética do divino, reconfortando e apoiando as pessoas
que tinham sido infectadas e lutando por justiça da parte da comunidade
médica. Já outros grupos religiosos, que não nomearemos aqui,
arguiram que a AIDS era a ira de Deus sobre os homossexuais, que
era um castigo divino, e coisas piores. Hoje, apesar de tal retórica
ainda existir em algumas poucas tradições religiosas, as respostas
normativas ao HIV/AIDS são construtivas e criativas, como deveria
ser a religião em um mundo cada vez mais pós-moderno. Afinal, se
a religião quiser assumir algum papel, esse deveria ser o de trazer
afirmação e encorajar as crenças para a criação de uma sociedade
inclusiva e global. Caso contrário, será descartada como algo cada
vez mais irrelevante, ou, pior ainda, como um obstáculo à justiça
global. Em muitas das sociedades opulentas, especialmente nos
Estados Unidos, a doença tem caído no esquecimento quase total.
Mas existem entre os líderes algumas pessoas religiosas prestando
atenção aos sobreviventes e pressionando a indústria médica por
medicamentos, estratégias preventivas e cura. Estes líderes provêm
de uma variedade de grupos religiosos e podem ser encontrados
frequentemente trabalhando lado a lado com pessoas que não professam
nenhuma crença religiosa. Minha breve reflexão sobre a AIDS
e a religião pós-moderna revela o contínuo benefício da religião como
um empreendimento voltado para o melhoramento das condições
humanas e pessoas religiosas que, motivadas por sua fé, agem pelo
bem comum.