
O artigo propõe classificar o livro Red Mars, de Kim Stanley Robinson, como um romance de sistemas, segundo Tom LeClair com base na teoria geral dos sistemas de Bertalanffy, elencando duas características: a adoção por Robinson do que chamamos de utopia logística, um modelo que se concentra em soluções práticas e sustentáveis para problemas ambientais e sociais, exemplificado na Trilogia de Marte, do qual Red Mars é o primeiro volume. A análise desse sistema utópico (com base também em Fredric Jameson e Tom Moylan e seus trabalhos sobre utopia crítica, da qual a utopia logística é uma derivação) aborda ainda como Robinson se utiliza da estratégia narrativa do metálogo para envolver os leitores em discussões profundas sobre a construção de futuros alternativos, em que os personagens assumem um caráter de produtores e receptores de informação mais do que agentes de ação.