O artigo analisa as “estratégias discursivas de legitimação” (VAARA, TIENARI e LAURILA, 2006) acionadas pelos poderes executivo, legislativo e judiciário na defesa ou extinção do voto impresso no Brasil. Essas estratégias foram observadas no discurso dos representantes máximos dos três poderes do Estado Brasileiro, mais especificamente nos sites do Governo Federal, do Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal, de 01 de maio (quando a pauta começou a ser debatida) a 11 de agosto de 2021 (um dia após a Câmara dos Deputados rejeitar a proposta). As análises apontam para a prevalência da estratégia de autorização, por meio de referência a pessoas ou instituições. Cabe destacar a frequência com que as estratégias de moralização e narrativização também foram acionadas, incorporando recursos discursivos que potencializam a dramaticidade e a polarização.