
Apresentamos resultados parciais de um projeto de pesquisa em curso que articula o letramento midiático e a educação ambiental usando metodologias participativas do tipo "bottom-up" para promover, implementar e documentar próprias da comunidade para o enfrentamento de desafios socioambientais. A metodologia consiste em oferecer quatro oficinas em quatro escolas públicas na província do Cuanza Sul, Angola, numa abordagem típica de baixa tecnologia, que utiliza recursos de mídia disponíveis, cenários, atores sociais e fontes locais de informação. Utilizamos a contribuição do desvio positivo, que, em vez de perguntar "O que está errado?", indaga "O que funciona aqui?"; em vez de "O que falta na comunidade?", pergunta "O que podemos construir aqui?". As oficinas integram os componentes curriculares de quatro disciplinas: Língua Portuguesa, Geografia, Ciências Naturais e Educação Moral e Cívica. Os materiais produzidos pelos participantes e suas manifestações verbais espontâneas durante as oficinas foram analisados com base no conceito de tecnologias intermediárias de Ernst Friedrich Schumacher e seus seguidores, e na leitura crítica da comunicação mediática baseada nos Estudos Culturais. Os resultados parciais sugerem que, mais do que ter recursos tecnológicos disponíveis, é crucial estabelecer um processo autêntico de comunicação, que tire proveito do minimalismo como uma forma de expressão criativa dos alunos, sujeitos que terão de lidar com os desafios diários das mudanças climáticas.