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O presente artigo reconfigura as distintas tessituras costuradas pela Folha de S. Paulo sobre a situação política e econômica do Brasil nos governos Dilma e Temer em 2016. Valendo-se do arranjo teórico-metodológico da Análise de Conteúdo e da Análise Crítica da Narrativa buscamos desvelar os sentidos do fragmentado noticiário econômico e definir os aspectos da cobertura que implicam na abstração de personagens, desenlaces, pontos de inflexão, panos de fundo e demais elementos que caracterizam uma história. Os resultados apontam que a Folha incorporou valores dominantes das elites na cobertura empreendida de determinados eventos econômicos analisados, o que resultou na condução de uma narrativa responsável por desqualificar o governo Dilma e reforçar as expectativas de que o governo Temer pudesse prover as reformas e mudanças solicitadas por determinados setores do país.