
Neste artigo, queremos mostrar que a criação, em Gilles Deleuze, acontece quando a comunicação é transcendida, de modo que a criação pressupõe a comunicação. A fim de chegarmos à consistência desse argumento, apresentamos o modo como a comunicação aparece em Deleuze; apresentamos o conceito de criação e como ele implica um momento de não comunicação; argumentamos, sobretudo com Friedrich Nietzsche, que a comunicação não é uma opção para os humanos, mas uma necessidade, e que, por isso, precisamos entender que a criação se dá, justamente, no vazamento da comunicação, na medida em que esta funciona ao modo de uma peneira.