Abstract
A guia-interpretação se faz presente de maneira fundamental na vida e no cotidiano de pessoas surdocegas, usuárias deste serviço e que, cada vez mais, adentram espaços formadores e instâncias de poder promotoras do debate de ideias como, por exemplo, as universidades, os eventos científicos e de conferência, por conta das políticas públicas em conjunto com ações de acessibilidade e inclusão. Logo, a participação destes indivíduos, nos leva a refletir sobre o trabalho dos guias-intérpretes na promoção do acesso nestes cenários e quais questões permeiam o oferecimento desse serviço. A partir da metodologia da pesquisa narrativa, de natureza expo-post-facto, esta investigação parte das experiências narradas de nove profissionais que atuaram diretamente com pessoas surdocegas em um congresso científico. Sendo assim, os objetivos deste estudo são: 1) entender os processos que envolvem o trabalho dos guias-intérpretes; 2) compreender quais desafios permeiam estas etapas; 3) resgatar as estratégias utilizadas para o atendimento dos congressistas surdocegos; 4) refletir os aprendizados que este cenário possibilitou para os profissionais. Os resultados apontam para as reflexões emergentes dos participantes no que diz respeito ao seu papel profissional, ao impacto do trabalho em equipe, a tarefa das instituições no oferecimento do serviço e, por último, evidenciar subsídios para novas práticas formativas e atitudinais que valorizem e aprimorem o trabalho da guia-interpretação e o seu respectivo público-alvo.

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