BHŪTAGĀMA COMO A MORADA DOS SERES
UMA INTERPRETAÇÃO A PARTIR DO VINAYA PARA A PRESERVAÇÃO AMBIENTAL
DOI:
https://doi.org/10.15603/2176-1078/er.v39n3pe2025-030Palavras-chave:
Vinaya, teoria de rede inter-relacional, ahiṁsā, Mudanças Climáticas, ética ambientalResumo
As questões ambientais que vivemos na atualidade trazem a necessidade de reflexão a respeito de como a humanidade se relaciona com o meio ambiente. Dessa forma, as religiões não podem se ausentar desse debate, uma vez que são agentes formadoras de opinião e mudanças, o que é evidenciado pela Declarações de Assis (1986). Este artigo visa trazer elementos a esse debate, comparando como o budismo já em sua gênese, em especial no código de conduta monástico (Vinaya) da Tradição Theravāda, versão Mahāsaṅgīti Tipiṭaka Buddhavasse 2500, aborda algumas questões ambientais ao colocar entre seus preceitos a preservação das plantas (bhūtagāma) como a morada dos seres. O preceito pode ser interpretado com auxílio de princípios da ecologia contemporânea em diálogo com o monge Bhikkhu Buddhadasa para contribuir para novas reflexões no contexto de crise atual. Para que isso seja possível foi utilizado o percurso hermenêutico da rede inter-relacional de Plínio Marcos Tsai. Assim, espera-se demonstrar que a interdependência dos seres e o funcionamento dos ecossistemas são severamente afetados quando as plantas são comprometidas, e que o Vinaya já previa sua preservação, bem como dos animais, por instituir o princípio de ahiṁsā (não violência), que compreende o não prejudicar para a harmonia das redes dos ecossistemas. A partir dessa perspectiva, o preceito expressa um compromisso ativo para a conservação e o manejo responsável do ambiente natural. A observância desses princípios pode oferecer diretrizes éticas aplicadas para a sustentabilidade.
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