O NEO-CATOLICISMO LUSO-BRASILEIRO
CRÍTICA AO ULTRAMONTANISMO EM JOAQUIM SALDANHA MARINHO E ALEXANDRE HERCULANO
DOI:
https://doi.org/10.15603/2176-1078/er.v38n3p59-79Palavras-chave:
Catolicismos, Neomontanismo, AnticlericalismoResumo
Este estudo aborda as críticas formuladas por Joaquim Saldanha Marinho ao ultramontanismo que permeava parte do clero católico brasileiro na segunda metade do século XIX. Além disso, busca-se investigar como Marinho utilizou algumas teses de Alexandre Herculano na crítica que este historiador português fez ao ultramontanismo em Portugal. Ambos compartilhavam uma visão anticlerical de viés liberal, e tanto Marinho quanto Herculano se referiram ao catolicismo de Pio IX como um neocatolicismo, distanciado da "pureza dos princípios" contidos nas constituições de suas respectivas nações. Rejeitaram a infalibilidade, mas não o catolicismo em si. Para a elaboração deste trabalho, foi utilizada a extensa obra "A Igreja e o Estado", de Joaquim Saldanha Marinho, publicada no Brasil em 1873, além do texto de Alexandre Herculano, "A supressão das Conferências do Casino", publicado originalmente em Portugal em 1871, mas que foi integralmente incluído no livro de Saldanha Marinho. Documentos complementares também foram consultados e, quando necessário, incorporados à redação. As questões que orientaram esta pesquisa foram: quais diálogos o anticlerical brasileiro Joaquim Saldanha Marinho estabeleceu com a obra de Alexandre Herculano? Quais ideias do renomado historiador português foram mobilizadas por Saldanha Marinho em sua luta contra o clero brasileiro? O trabalho está dividido em três partes: na primeira, será apresentada uma breve caracterização do anticlericalismo; na segunda, será analisado o contexto, a trajetória e a obra de Saldanha Marinho; e, por fim, será explorado o diálogo entre o anticlerical brasileiro e alguns escritos de Alexandre Herculano.
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