O “COMPLETO DESPERTAR” DA PALAVRA A AÇÃO

REVISITANDO A RESPONSABILIDADE UNIVERSAL E OS DIREITOS HUMANOS A PARTIR DA PERSPECTIVA DE BUDDHA ŚĀKYAMUNI

Resumo

Há alguns meses, nas margens de uma conferência do PPG em Ciências da Religião da Universidade Metodista de São Paulo/SP tive o contato físico com a obra “Responsabilidade Universal: Dialogando Dalai Lama e Direitos Humanos”, da pesquisadora Patricia Guernelli Palazzo Tsai[1]. Entre uma sessão e outra, os discentes e docentes realizavam o exercício de partilhar suas pesquisas e publicações. No período desta conferência, eu iniciava uma nova pesquisa que contemplava o eixo imigração, religião, interseccionalidade e direitos humanos, com recorte entre Brasil e Portugal.

Foi neste contexto, que a autora fez a gentiliza de me entregar um exemplar, com uma dedicatória motivadora para minha pesquisa em desenvolvimento. Desse breve contato, com àquele livro em mãos, ficou-me o sentimento de que ali estava um material que precisaria ser lido sem timidez e com olhar perscrutador. No primeiro contato com o livro, logo nas primeiras páginas iniciais já apontava que o material se tratava de uma chave de leitura altruísta e interdisciplinar, que atravessava as dimensões da Responsabilidade Universal junto às questões que envolvem os direitos humanos.

Neste trabalho, optou-se explicitar o nome completo da autora como um ato político intencional, visando garantir que a autoria feminina não seja inequivocadamente invisibilizada pelo androcentrismo academicista. No qual, “o masculino continua a ser não marcado e, portanto, sinônimo de «universal»” (Judith Butler, 2023, p. 81). Cabe destacar que a subjetividade de mulheres na produção cientifica tem implicado novas incursões em territórios tidos como proibidos e/ou inacessíveis. Diante disto, valorizar a presença feminina, especialmente na academia contribui para transformação da ciência androcêntrica, assim como, valorização e existência de mulheres da produção científica.