CONDUTA AUTOLESIVA E DEPRESSÃO EM ADOLESCENTES: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO

Resumo

O comportamento autolesivo sem intenção suicida consiste em lesões corporais deliberadamente infligidas pelo sujeito sobre si, sem intenção de morte declarada que, em função de sua incidência e prevalência, principalmente, junto à população de adolescentes, demanda programas de identificação precoce, prevenção e intervenção multidisciplinares no campo da Saúde Mental. O artigo objetiva apresentar os resultados de uma pesquisa sobre as características da conduta autolesiva e sua relação com o transtorno depressivo em adolescentes e pré-adolescentes no município de Volta Redonda/RJ. Trata-se de um estudo transversal com 61 participantes, de ambos os sexos, na faixa etária entre 10 e 16 anos, com prática de autolesão. Como instrumentos foram utilizados entrevistas individuais e o  Children’s Depression Inventory (CDI). A análise dos dados foi conduzida por meio da categorização das entrevistas e pelos estudos estatísticos do CDI. Como resultados, a maioria dos participantes é do sexo feminino (80.3%), entre 13 e 14 anos (50.9%), que utilizaram predominantemente objetos cortantes (88.5%), atingindo principalmente braços, mãos ou pulsos (94.1%), destacando os conflitos familiares (83,6%) como motivação para a conduta autolesiva. No CDI, 65.4% dos adolescentes apresentaram indicativos de depressão, com média de 22,5 pontos, com maior tendência no sexo feminino. Conclui-se que os transtornos de humor depressivo estão associados com a prática da  contuta autolesiva em pré-adolescentes e pré-adolescentes, demandando uma prática intersetorial para implementação das ações efetivas de promoção da saúde do adolescente, enquanto sujeito em condição peculiar de desenvolvimento.